sexta-feira, 7 de maio de 2010

Tecnologias Verdes - Parte 2

O mundo está avançando cada vez mais com as tecnologias verdes. As fontes renováveis de energia já apresentam menores custos e bom rendimento, a reciclagem traz bons resultados econômicos, ambientais e sociais, e o mercado já exerce pressão considerável contra materiais agressivos ao meio ambiente.

Na semana passada, falamos sobre o carro elétrico, sobre Shai Agassi e sobre Elifas Gurgel. Quem se interessou, também pode ler essa reportagem e essa entrevista da Super Interessante, visitar o site da Tesla Motors para conhecer o belo Roadster, ou ainda ver mais vídeos sobre o Better Place (aqui, aqui e aqui).

Essa semana, falaremos um pouco sobre as energias renováveis.

Fontes de Energia Renováveis - Energia Solar e Eólica


A energia solar e a eólica são fontes renováveis de energia. É inconcebível imaginar um dia em que não teremos mais sol ou vento no mundo. São fontes fáceis de se achar, comuns ao redor de todo o planeta e até fora dele. Não necessitam de prospecção, escavação de poços de um quilômetro nem de construção de plataformas perigosas em alto mar, e não mancham a vida nos locais de acidentes. E já há tecnologia suficiente para usá-las.

Observe, por exemplo, o prédio ao lado, localizado em Dezhou, Província de Shangdong, na China. São 75.000 metros quadrados de área e uma estrutura em forma de relógio solar repleta de painéis para fornecer energia para o prédio. No edifício, há salas de reunião, salas de treinamento, centros de exposição, centros de pesquisa e um hotel. O prédio será o principal local do 4º Congresso Mundial de Cidades Solares, que ocorrerá em Setembro de 2010 na China.

Outra grande construção cheia de painéis solares é o estádio World Games Stadium, em Taiwan. Com capacidade para 55.000 pessoas, o estádio tem 8.844 painéis em seus 14.155 m² de cobertura. O estádio é capaz de gerar 1,14 gigawatts-hora de eletricidade por ano, e abastece até 80% da vizinhança quando não está sediando algum jogo.



A utilização de energia solar cresceu bastante no ano passado, e as usinas solares alcançaram o recorde de 6,43 gigawatts e geraram US$ 38 bilhões. E existe muita pesquisa em torno da captação de energia solar, geralmente buscando maior eficiência e menor custo na captação de energia com uso de novos materiais ou tentando facilitar a instalação das placas, tornando-as mais flexíveis e leves. Na terça-feira, o diretor do Eni-MIT Solar Frontiers Research Center apresentou a primeira célula solar em papel. O papel poderia então ser grampeado em outras superfícies e geraria energia. Os pesquisadores usaram tintas baseadas em carbono e contam que esses materiais em nanoescala utilizados poderiam ser pulverizados com diferentes técnicas para formar filmes finos de células solares. O papel consegue converter até 2% de luz em energia e ainda está em fase de pesquisas. Normalmente, as células fotovoltaicas comerciais apresentam 16% de eficiência.

Uma empresa que está investindo bastante em energias alternativas é o Google. Quarta-feira, a empresa divulgou no blog oficial a compra de duas fazendas eólicas na Dakota do Norte (Estados Unidos) para geração de 169.5 megawatts. O investimento de US$ 38.8 milhões garantiu a mais avançada tecnologia em turbinas e sistemas de controle. Há 80 metros do solo, as 113 turbinas contam com pás que, alem de serem mais largas, ainda podem ter o ângulo alterado para melhorar a eficiência. As fazendas têm monitoramento de sua produção 24 horas por dia, 7 dias por semana, e irão abastecer mais de 55.000 casas.

Outro grande investimento na área de energia eólica é a usina Poseidon 37, planejada pela Floating Power Plant para gerar até 50 megawatts com a energia dos ventos em alto mar. A plataforma, que medirá 230 metros de largura e pesará entre 20 e 30 toneladas, utiliza a mesma tecnologia usada nas grandes plataformas de petróleo para aguentar até mesmo as piores tempestades (que ajudariam como fontes de energia). De bônus, a plataforma também terá geradores para obter energia das ondas. O site da empresa mostra um vídeo da plataforma de testes que eles já construíram. (Veja também um artigo sobre o projeto, em inglês, em Green Tech Media)

No Brasil, também existem investimentos na área. O Ceará, estado com maior capacidade de geração por meio dos ventos, gera 150 megawatts de energia eólica. Lá também surgiram esses postes que utilizam energia eólica para iluminar as ruas. Desenvolvidos pelo empresário Fernandes Ximenes, os postes eólico-solares têm 6 lâmpadas de LEDs, podem funcionar até 70 horas sem vento e sem sol, e economizariam em torno de R$ 21.000 por quilômetro/mês em energia. No Brasil, já estão instalados 1600 postes eólicos. Leia mais em Transition Towns Brasil e em Wind Power Brasil.

Confira outras iniciativas favoráveis ao meio ambiente em Tecnologias Verdes - Parte 3.

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